Atenção: a reportagem contém "spoilers" (revelações a respeito da trama). A série Narcos, que foi ao ar em 2015, constrói seu enredo misturando elementos de verdade com outros de ficção. Os "mocinhos" de Narcos - 2 agentes do Dea, o departamento de narcóticos dos Estados unidos - existem pela vida real e deram consultoria aos produtores da série. Neste instante, o cineasta brasileiro José Padilha - que participou de Narcos - repetiu o mesmo modo na sua nova série pela Netflix, O Equipamento, uma ficção baseada em fatos reais da operação Lava Jato. Em Narcos, a mistura de ficção com realidade não gerou protestos do público brasileiro.
O Aparelho é descrita pelos seus criadores como uma "obra de ficção inspirada livremente em eventos reais". Entidades e corporações que existem no universo real tiveram seus nomes trocados pela série. 9 Vantagens De Aprender Em Portugal (Partido dos Trabalhadores), passa a chamar-se "PO" (Partido Operário); a Petrobras vira "Petrobrasil"; e a empreiteira Galvão Engenharia passa a chamar-se "Bueno Engenharia".
O mesmo acontece com os protagonistas. Em incalculáveis casos, os nomes foram elaborados para ter semelhança com o de pessoas reais. Desse jeito, a protagonista que representa a ex-presidente Dilma Rousseff foi batizada de "Janete Ruscov"; Michel Temer vira "Samuel Thames", e a delegada Erika Marena é representada por "Verena Cardoni". O mesmo é verdade para os doleiros Alberto Youssef ("Roberto Ibrahim"), Carlos Habib Chater ("Chebab"), e Nelma Kodama ("Wilma Kitano"). Já o ex-ministro da Justiça e advogado Márcio Thomaz Bastos (1935-2014) aparece na série como "Mário Garcez Brito", ou "O Mago": o protagonista é uma espécie de super-lobista e advogado defensor de empreiteiras encrencadas com a Justiça.
Em uma entrevista por escrito ao blog Observatório do Cinema, publicada no último domingo, José Padilha argumentou que a polêmica em volta da frase sobre isso "estancar a sangria" é "boboca". A reportagem procurou José Padilha a partir de tua assessoria, porém não houve resposta até o fechamento. O que é verdade e o que é invenção na série de José Padilha? Doutorado No Canadá como aconteceram pela vida real alguns dos episódios retratados pela elaboração da Netflix. 1. Lula alegou a respeito de "estancar a sangria"? Pela série dirigida por José Padilha, a frase é argumentada pelo personagem José Higino (que representa o ex-presidente Lula) ao "Mago", inspirado em Márcio Thomaz Bastos.
O diálogo fictício ocorre em 2014, antes das eleições presidenciais. Porém a cena é fantasiosa. Na existência real a frase foi falada pelo senador Romero Jucá (MDB-RR), ao ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, Sérgio Machado. A discussão foi gravada por Machado e entregue às autoridades como quota de seu acordo de delação.
O período bem como é outro: o diálogo real ocorreu em março de 2015, imediatamente com Dilma Rousseff (PT) reeleita, e com alguns dos principais empreiteiros do estado na cadeia. Sérgio Machado diz a Jucá que o senador precisa encontrar alguma forma de evitar que teu caso "desça" para Curitiba, perante o juiz federal Sérgio Moro.
Newton Ishii, o "Japonês da Federal") para segurar um jatinho no aeroporto de Congonhas (SP) e se mandar pra Brasília. O comando da PF no Paraná chega a interromper a operação, entretanto de repente a sorte dos protagonistas muda: Ibrahim (Youssef) reaparece no radar dos policiais, de imediato pela capital federal.
O agente liga no hotel, e Ibrahim atende. Ele retorna a ligação e Lato Sensu, Stricto Sensu Ou MBA? que a chamada veio da PF - e deduz que seria confinado. Desconfiando da prisão iminente, o doleiro sobe até outro quarto do hotel e entrega uma mala de dinheiro a um camarada que viajava com ele.
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